terça-feira, 27 de outubro de 2009

O que se aprende.


A gente fala por falar. Achamos estar prontos quando o assunto em pauta não diz respeito a nós. Somos especialistas em arrumar o tabuleiro do jogo alheio.

Vejo-me caminhando em meu próprio círculo vital, elos que me ligam em vias iluminadas e quando falta à luz ascendo uma vela antes de juntar as mãos.

Minha poesia vive uma constante correção, meu ponto final ainda está pronto para um velho "obs".

Hoje arregacei as mangas e abri alguns botões da minha camisa azul, deitei um pouco o banco e meu olhar alcançou o céu, apenas uma lua a crescer e uma estrela forte resistindo as explosões anos-luz de mim, um soave vento bagunçou meu cabelo que precisa de um novo corte, aliás. Celebração de um destino que encontrei.

Já observou que quando conhemos uma pessoa, passamos a vê-la constantemente por aí? Talvez ela já passasse por você tantas vezes lá traz, mas não a notamos. A mesma coisa acontece com o que aprendemos.

Um sábio disse que o ruim da dor é que ela dói.

Ultimamente tenho contemplado em meu mundo que a vida nos oferece ferramentas pra se construir saídas de emergências e outras ativamente necessárias pra se seguir num equilíbrio ponderável.

É difícil acreditar que uma porta tão breve está, sem uma boa lanterna pra guiar a trilha que se segue. Que fé é essa que não traz a confiança de superar mais uma onda?

Se a chuva não viesse o sol nos torraria, se os erros não ocorressem, a borracha seria apenas um enfeite e a redação seria apática.

A insensatez em frágeis lágrimas que não sabem recorrer ao seu lar se perde em partículas na tentativa de voar.

Deus disse que o Dilúvio não faz mais parte dos seus planos, Jesus chamou Deus de Pai e a nós de irmãos, a ciência chamou o Nazareno de Profeta e o bom ladrão foi pro paraíso.

A eternidade passa por um aprendizado, galhos que não servem podem ir pra lareira.

A responsabilidade é de todos, por isso o que se aprende pode vir também do lado lá, venha o que vier.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Onde estão as flores?


Com a mochila pesada em passos curtos, chutando a mesma pedrinha, sorrindo do meu eu num divertido duelo, gastando minha sola nesse freio desrregulado. Talvez precise mesmo de uma revisão, prestarei mais atenção nos anúncios.

Nas palavras por aqui há sempre vírgulas talhando o tempo frio que encara o calor da vida. E o que o tempo significa?

As onze da noite, um bip no celular, uma mensagem, uma pausa pra resposta, de um impulsto, um contexto palpável, _"O melhor são as flores do caminho"...

Uma semana depois ouvi pela primeira vez o novo hit nacional que dizia da tal das flores do caminho. Pensativo fiquei.

Uns vivem a filosofia, me permita o palavrão, "Que se foda", um jardim colorido em preto e branco. Ao menos existe.

Quantos muros é preciso pra treinar a melhor pichação? Existem até regras, "se ajoelhou, agora tem rezar". Antiga!

_"Polícia! puts, falta o bagulho do cabelo e a tela esquerda, o bixo pegou"...

_"Pega o moleque"...

Os britânicos cantam beatiful day e no quarto desenho uma pista de papel inspirado na do Matheus.

_"Olha pai, o que é aquilo?", olhando para um barco no mar _ "É vela, filho" _ "vela de ascender?" _ "Não, vela de navegar"... De um passeio se fez a canção.

Romance não se chama amor, mas um pedaço grande creio que há.

"Eu vou tirar você desse lugar, eu vou levar você pra ficar comigo e não me enteressa no que os outros vão pensar"(...)

O que se sabe é que cada um cuida como bem entende, existem adubos caros, mas se encontra até gratuitamente, a água mais suculenta cai do céu, porque não investir numa luva? Melhor do que sujar as mãos.

O que eu sei é que realmente as flores existem, mesmo quando a corrende quebra um dente, pedalar a noite pode ainda haver a luz tão intensa por ser fulgaz.